Após postergar o cumprimento da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deferiu um pedido de soltura nesta quinta-feira (5), a juíza Gabriela Bertoli decretou nova prisão, desta vez de caráter preventivo, do líder dos entregadores de aplicativos, Paulo Galo, preso por envolvimento no ato que colocou fogo na estátua de Borba Gato na capital paulista.
"O que ela deseja é antecipar a pena. O Galo está sendo perseguido politicamente por essa juíza", disse o advogado André Lozano, um dos juristas que fazem a defesa do ativista.
Segundo Lozano, a defesa vai recorrer da decisão ao STJ mais uma vez. Paulo Galo deve ser transferido para um Centro de Detenção Provisório, caso a corte não reavalie a decisão da juíza.
"É uma prisão absurda, ilegal e afrontosa ao estado democrático", afirmou o advogado, ressaltando que a juíza desrespeito o STJ ao impedir a libertação de Galo na tarde desta quinta-feira, quando foi divulgada a sentença.
Bloqueio ao processo
"A defesa de Galo divulgou, no início da tarde desta sexta-feira (6), uma nota de repúdio à postura da juíza:
Ontem (5), por volta das 13 horas, o STJ revogou a prisão temporária de Paulo Galo reconhecendo sua ilegalidade e caráter político.
Ao invés de dar pronto cumprimento à decisão, a juíza Gabriela Bertoli deixou de expedir o alvará de soltura.
Hoje (6), às 13 horas, a juíza decidiu acolher a representação da polícia pela prisão preventiva e, por demorar injustificadamente para dar regular cumprimento à decisão do STJ, manteve a continuidade da prisão de Paulo Galo. Além disso, bloqueou o acesso da defesa ao processo.
Seguimos na luta contra essa prisão ilegal".