O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o ex-assessor especial de Jair Bolsonaro, Arthur Weintraub, foram denunciados por violações éticas às presidências das instituições em que trabalham – Banco Mundial e Organização dos Estados Americanos (OEA), respectivamente.
Os deputados federais Alencar Santana Braga (PT-SP) e Elvino Bohn Gass (PT-RS) enviaram nesta quinta-feira (26) cartas ao presidente do Banco Mundial, David Malpass, e ao secretário-geral OEA, Luis Almagro, em que expõem o envolvimento dos irmãos Weintraub com os atos de teor golpista que estão sendo marcados por bolsonaristas para o dia 7 de setembro.
Conforme noticiado pela Fórum, os dois aparecem em vídeo de convocação às manifestações, que contêm pautas antidemocráticas como a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e intervenção militar.
A fala de Arthur e Abraham, que dizem que “o momento de lutar é agora”, foi compartilhada por inúmeros bolsonaristas e também pelo perfil “Weintraub 2022”, que apoia uma candidatura do ex-ministro da Educação ao governo de São Paulo.
O discurso de ambos também têm sido usado por apoiadores de Bolsonaro para pedir doações com o objetivo de financiar os atos antidemocráticos.
Nas carta ao Banco Mundial, os deputados do PT questionam se Abraham Weintraub não teria violado o Código de Conduta Funcional e ofendido os princípios de boa governança da instituição. Já na carta enviada à OEA, os parlamentares pontuam que Arthur Weintraub teria violado Carta Democrática Interamericana.
“Ambos ex-ocupantes de altos cargos no governo do Presidente da República, Jair Bolsonaro, os irmãos Weintraub são vistos e ouvidos disseminando palavras de ordem em vídeos compartilhados em redes sociais por milhares de apoiadores bolsonaristas para convocar a população a manifestações propondo a destituição dos ministros do STF e a intervenção militar. Há indícios de que haverá tentativa de invasão das instalações do STF e, possivelmente, do Congresso Nacional, com risco de sublevação de policiais militares”, diz um trecho da carta enviada ao Banco Mundial.
“Nessa seara de desrespeito às regras e aos poderes constituídos, o comportamento, a postura e as manifestações do Senhor Abraham Weintraub, a um só tempo, ameaçam gravemente o Estado Democrático de Direito, atentam contra princípios da Boa Governança defendidos pelo Banco Mundial e maculam a imagem desse organismo multilateral”, prossegue o documento.
Nas cartas enviadas, os deputados pedem ainda que as instituições tomem medidas contra os irmãos por violação ética.
Confira, abaixo, a íntegra dos documentos.
Carta ao Banco Mundial
Carta à OEA