O deputado federal Alencar Santana Braga (PT-SP) anunciou nesta segunda-feira (23) que vai acionar a Organização dos Estados Americanos e o Banco Mundial contra manifestações políticas feitas por Abraham Weintraub e Arthur Weintraub, funcionários das instituições.
Os irmãos, ex-membros do governo Bolsonaro, aparecem em vídeos que estão sendo usados por bolsonaristas para convocar a população às manifestações marcadas para o dia 7 de setembro.
Os atos dos apoiadores do presidente, que contarão com a presença do titular do Palácio do Planalto, contêm pautas antidemocráticas e golpistas, como a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e intervenção militar.
"Funcionários da OEA e Banco Mundial convocam para manifestação que pretende coagir o Congresso Nacional e o STF. Vou questionar formalmente o Banco Mundial e a OEA sobre esse tipo de ação política dos seus funcionários, pagos com recursos do contribuinte brasileiro", declarou o deputado Alencar através das redes sociais.
O vídeo dos irmãos Weintraub foi compartilhado, no contexto dos atos golpistas, por figuras como o dono das lojas Havan, Luciano Hang, e por um cidadão identificado como Rafael Moreno, que se diz "ativista conservador e monarquista". Ao compartilhar o vídeo, Moreno pede doações via Pix para financiar a organização dos protestos.
A fala de Arthur e Abraham, que dizem que "o momento de lutar é agora", também foi veiculada pelo perfil, "Weintraub 2022", que apoia uma candidatura do ex-ministro da Educação ao governo de São Paulo.
Preocupação com golpe e PMs
As notícias que dão conta de policiais e militares envolvidos com as manifestações de cunho golpista convocadas por bolsonaristas para o feriado de 7 de setembro sinalizam que Jair Bolsonaro está estimulando motins nas polícias militares. A opinião é do advogado Ariel de Castro Alves, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais.
Nesta segunda-feira (23), veio à tona que dois coronéis da PM de São Paulo estavam utilizando as redes sociais para convocar para os atos, que contêm pautas antidemocráticas como a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma intervenção militar em apoio a Bolsonaro.
Em reunião, também nesta segunda-feira (23), entre os 24 governadores da federação, os mandatários estaduais se mostraram preocupados com a movimentação de policiais em prol dos atos de apoio a Jair Bolsonaro
“Creiam, isso pode acontecer no seu estado. Aqui nós temos a inteligência da Polícia Civil, que indica claramente o crescimento desse movimento autoritário para criar limitações e restrições, com empareda mento de governadores e prefeitos”, afirmou o governador de São Paulo, João Doria, no encontro.
“Estamos diante de um momento gravíssimo, com constantes ataques à liberdade e à Constituição. Não vamos nos silenciar diante das ameaças aos princípios constitucionais do país”, avaliou o tucano ao término da reunião.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), por sua vez, também tratou da possibilidade de policiais se envolverem em uma intentona golpista.
“Preocupação geral com agressões e conflitos em série, que prejudicam a economia e afastam o país da agenda real: investimentos, empregos, vacinas etc. A democracia deve prevalecer e as polícias não serão usadas em golpes”, declarou o mandatário maranhense.