Por Leandro Massoni
Nas redes sociais, os alvos de operação Polícia Federal, ativistas ligados ao cantor e ex-deputado federal Sérgio Reis vêm publicando uma série de encontros com parlamentares, funcionários do Executivo e até ministros do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
As reuniões estão na mira da PGR (Procuradoria-Geral da República), que pediu as buscas e apreensões ao Supremo Tribunal Federal (STF), conforme reportagem do portal UOL. Os investigados têm mobilizado desde julho apoiadores de Bolsonaro para atos em 7 de setembro, em apoio a pautas do governo e contra os ministros do STF e as instituições.
Entre outros pontos, a PGR tem apurado se aliados do presidente atuaram de alguma forma nessa organização. Em 15 de agosto passado, dois investigados publicaram fotos no Instagram ao lado do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em um corredor do Palácio do Planalto.
Alguns dias antes, três membros do grupo estiveram com Gabriele Araújo, secretária especial de articulação social, órgão vinculado à Secretaria de Governo que também funciona no Planalto. Um dos alvos da PF, Juliano Martins, postou em seu Instagram que o grupo participou de uma "agenda" com a secretária, mas ser dar mais detalhes.
Os eventos não foram registrados nas agendas oficiais de Heleno e de Gabriele Araújo.
No dia 12, Sérgio Reis foi recebido no Planalto pelo presidente ao lado de Eduardo Araújo, outro alvo da operação da PF. Nisso, começaram a surgir postagens do grupo ligado ao sertanejo e continuam pelos dias seguintes.
Dentro deste período, eles estiveram com o secretário da pesca do governo federal, Jorge Seif, com o ministro do Turismo, Gilson Machado, com Mosart Aragão Pereira, assessor especial da Presidência, e com Renato Bolsonaro, irmão do presidente. Todas essas reuniões estão sob investigação da PGR.
Nas agendas em Brasília, o grupo que também é próximo de parlamentares da base do governo foi a uma reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a chamada bancada ruralista, além de acompanhar a derrota da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados.
Tanto Sergio Reis quanto o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) foram alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF. Foram ao todo 13 mandados executados com aval do ministro Alexandre de Moraes, atendendo a uma solicitação da PGR, que apura manifestações contra as instituições.
A cobra tá fumando
Na última sexta-feira (20), agentes da Polícia Federal já estiveram em endereços ligados a Sérgio Reis. A PF esteve na casa e no gabinete do parlamentar fluminense e já esteve em endereços em diferentes estados, como Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e Paraná e no Distrito Federal.
Segundo a PF, a intenção das buscas seria investigar um “eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.