Por Leandro Massoni* e Eduardo Lima
A maioria dos eleitores de Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018 devem se redimir convertendo seus votos ao ex-presidente Lula (PT) nas eleições de 2022, segundo uma recente e inédita pesquisa sobre o Bolsonarismo no Brasil, realizada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (Iree).
O levantamento divulgado nesta sexta-feira (20) e aponta que os bolsonaristas arrependidos manifestam sentimentos de traição e de decepção, que resultaram em uma alta taxa de rejeição ao líder que eles mesmos escolheram.
O documento alega que “diversos entrevistados afirmam que se trata do “maior arrependimento da vida” e outra parcela desses eleitores gostaria de uma terceira via, uma vez que não desejam votar em Lula.
Entretanto, muitos deles defendem com convicção o voto ao ex-sindicalista, mais especificamente no 2º turno.
“Chama atenção que tais eleitores narram as conquistas do governo Lula de modo nostálgico. Já os apoiadores moderados afirmam que seguem votando em Bolsonaro se a situação continuar como está, enquanto os mais fiéis – geralmente evangélicos – não mudariam o voto em nenhuma circunstância”, informa a pesquisa, que destaca o desconhecimento da maioria dos participantes sobre Bolsonaro antes das eleições de 2018.
Ainda conforme o levantamento, “a maioria expressiva dos entrevistados foi motivada pelo antipetismo e pelo desejo de ruptura com a classe política tradicional, vista como corrupta e auto interessada”. “Dentre o segmento de arrependidos da classe A/B esse sentimento de repúdio da política tradicional continua forte para a orientação do voto”, acrescenta.
O voto motivado pelo “antipetismo” foi fundamental para a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República juntamente com a ausência de Lula, que liderava as pesquisas de intenção de voto no pleito de 2018, retirado da disputa graças as tramas em conjunto dos procuradores e ex-juiz Sérgio Moro na Lava Jato.
Agora, ao que tudo indica, o voto motivado pelo “antibolsonarismo” pode ser importante nas eleições e não apenas visando a disputa presidencial, mas também os outros cargos majoritários e especialmente para os cargos legislativos, essenciais para a governabilidade e para barrar tentativas de golpe
*Leandro Massoni é jornalista, locutor e redator publicitário.