O funcionário público da prefeitura do Rio de Janeiro, André José de Oliveira, que tinha cargo de assistente I na Secretaria Municipal de Ação Comunitária, afirmou à reportagem da TV Globo que era funcionário fantasma e recebia salário de R$ 1,7 mil por mês sem trabalhar.
Após sua “denúncia”, a Prefeitura do Rio exonerou o funcionário. A exoneração foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (11), e o município informou que vai abrir uma sindicância para apurar o caso.
Ele diz que desde que foi nomeado, por indicação do deputado federal e secretário da Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro, Pedro Paulo (DEM), não trabalhou um dia sequer, não tem função definida, mas recebe. Ele afirma ainda que sua principal função é ficar à disposição de Pedro Paulo para fazer política para aliados dele na região do Itanhangá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
“Eu só vou na secretaria para bater o ponto. Eu sou lotado na secretaria, fui nomeado, mas não trabalho. Sou fantasma. Eu tive a última vez na sexta-feira (6) para assinar o ponto. Assinei o ponto da semana e só. Assino sem trabalhar”, diz ele à reportagem do RJ2.
Ele foi nomeado pela secretária municipal de Ação Comunitária, Marli Peçanha, no dia 7 de abril para atuar na Subsecretaria de Ações Territoriais da Secretaria Especial de Ação Comunitária. Só que ele diz que não trabalha.
“Eu não faço nada, não tenho função. Mas o dinheiro está na minha conta. Eu recebo e fico à disposição do secretário Pedro Paulo. Ele que determinou minha nomeação na secretaria, e eu fico à disposição dele para fazer política na rua”, diz.
André gravou um diário na semana passada para provar que não estava a serviço da prefeitura. Ele aparece em horários em que deveria estar no serviço, mas as situações mostram o contrário.
“Eu já pedi para ser exonerado, inclusive estou nessa situação de fazer campanha para o deputado Pedro Paulo, mas ao longo do ano não faz nada. Só espero 2022. Só recebo dinheiro da Prefeitura e fico em casa”, explica mais uma vez.
O funcionário fantasma afirma que o secretário Pedro Paulo sabe da sua existência e, inclusive, ele já teria pedido sua exoneração para o político.
Em uma conversa com um funcionário da prefeitura de nome Leonardo Neves, a que o RJ2 teve acesso, André diz: “Por favor, veja com Marli e o Pedro a minha situação essa semana. Só preciso que Marli me desligue pra eu seguir minha vida”.
Ao ser perguntado se era o único funcionário fantasma na prefeitura do Rio de Janeiro, André afirmou: “Não, não sou, são vários”, diz.
A Prefeitura do Rio disse que André Oliveira trabalha, e que sua nomeação foi uma escolha da secretária Marli Peçanha. A prefeitura disse ainda que a função dele é realizar visitas em favelas e comunidades, participar de reuniões e articulações locais para atender demandas e levar serviços da prefeitura à população.
Na tentativa de se defender, o secretário Pedro Paulo postou em sua conta do Twitter várias fotos de André em agendas de trabalho. Veja abaixo:
Com informações do G1