Quanto mais revira, pior fica. A compra suspeita da Covaxin, de acordo com a Folha, envolveu uma segunda intermediadora da vacina indiana, a empresa Envixia Pharmaceuticals LLC, com sede nos Emirados Árabes Unidos.
A Envixia aparece em memorando de entendimento como responsável por apoiar todas as atividades relacionadas a registro e comercialização do imunizante no Brasil.
A primeira intermediadora, que assinou o contrato com o Ministério da Saúde para garantir o negócio de R$ 1,6 bilhão, já era conhecida de todos, a Precisa Medicamentos, do empresário Francisco Maximiano. Com a Envixia, já são quatro os empreendimentos e países envolvidos na negociação.
Pela ordem: a Covaxin é fabricada pela Bharat Biotech, na Índia. A Bharat assinou memorando em 24 de novembro de 2020 com a Precisa, do Brasil, e com a Envixia, dos Emirados Árabes. Veja abaixo:
Já a Madison Biotech, de Singapura, foi usada em tentativa frustrada de pagamento antecipado de US$ 45 milhões.
A Covaxin nunca foi aplicada no Brasil, mas talvez tenha virado a mais famosa de todas as vacinas após as denúncias do servidor Luis Ricardo Miranda, chefe do setor de importação do Ministério da Saúde, ao MPF (Ministério Público Federal).
Irmão do servidor, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou ter levado ao presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), no Palácio da Alvorada, um relato sobre as irregularidades no contrato.
Bolsonaro, de acordo com o deputado, teria dito na ocasião que isso deveria ser coisa do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). O presidente teria prometido encaminhar o caso, mas, ainda conforme relato do deputado, não o fez. Por conta disso, passou a ser alvo da PGR (Procuradoria-Geral da República) por suspeita de prevaricação. MPF, Polícia Federal, TCU (Tribunal de Contas da União) e CGU (Controladoria-Geral da União) instauraram procedimentos para investigar suspeitas de corrupção.
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