Em entrevista à rádio Jovem Pan, na manhã desta terça-feira (6), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que “não há justificativa para abrir processo de impeachment neste momento”.
A declaração foi dada mesmo diante de todas as provas de ingerência e de medidas desastrosas tomadas deliberadamente por Jair Bolsonaro na condução da pandemia da Covid-19, além dos escândalos de compra de vacinas por meio de contratos fraudulentos superfaturados e as recentes denúncias, embasadas em áudios de ex-colaboradores, que apontam o atual ocupante do Palácio do Planalto como chefe de um esquema criminoso de desvio de salários de servidores de seu gabinete e de seus filhos, quando ele ainda era deputado federal, as chamadas “rachadinhas”.
Lira reiterou sua posição de apoio ao presidente da República e afirmou que as acusações de prevaricação imputadas a Bolsonaro, por ter conhecimento dos atos criminosos na compra de imunizantes e ainda assim não ter feito nada para evitá-los, e as novas provas de que o chefe do Executivo operava o esquema de desvio de dinheiro de servidores da Câmara Federal, da Alerj e da Câmara Municipal do Rio, onde ele e os filhos já ocuparam cadeiras, não são motivos para que o mandatário sofram um impeachment, que segundo o parlamentar não pode ser “institucionalizado” no Brasil.
“Não podemos institucionalizar o impeachment no Brasil. Não podemos instabilizar o Brasil a cada presidente eleito. As eleições são feitas de quatro em quatro anos para escolher o presidente”, disse Lira.
Para o presidente da Câmara, a CPI do Genocídio e o processo admitido pelo STF em relação à prevaricação cometida por Bolsonaro já são suficientes. “Nesta situação, o que a CPI está trazendo são depoimentos, que trouxeram uma realidade que está sendo investigada. O inquérito no STF está tendo andamento normal, sem açodamento. Neste momento, a presidência da Câmara tem o papel de atuar com imparcialidade e neutralidade”, acrescentou.