O senador Renan Calheiros (MDB-AL) comparou a Polícia Federal às volantes (grupos policiais oficiais que agiam como milícias, sob o comando dos poderosos do Nordeste, realizando ações para reprimir bandos armados) do período do cangaço.
A comparação, segundo um tuíte publicado em seu perfil oficial na noite de domingo (04), foi feita em face do indiciamento do parlamentar alagoano pela Polícia Federal na última sexta-feira (02), por seu suposto envolvimento num caso de corrupção passiva e lavagem de dinheiro envolvendo a Odebrecht, em um inquérito de 2012.
Calheiros afirmou ainda, momentos antes, que o ato é ilegal, já que apenas o Supremo Tribunal Federal poderia indiciá-lo, visto que senadores da República têm foro privilegiado. De acordo com ele, a atitude da PF é uma clara retaliação pelo papel que vem desempenhando como relator da CPI do Genocídio, que investiga as ações do governo federal durante a pandemia da Covid-19.
“Operadores do Direito que prezam a Constituição continuam a estranhar os atos ilegais das Volantes que se alinham aos gabinetes do Horror”, escreveu o senador. Horas antes ele argumentou sobre a natureza política e suspeita do indiciamento, que vai contra decisões do próprio STF, relembrando ainda fatos relacionados ao presidente que surgiram com as investigações da CPI.
“PF não tem competência para indiciar senador, só o STF. Bolsonaro pensa que a Constituição e a PF são dele, que delegado é jagunço. Quis tumultuar a CPI: plantou áudio, mandou investigar o dono da Precisa para ele obter HC e calar-se. Mas, a cada dia chegamos mais perto dos seus crimes”, disse.