O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, vai almoçar com o vice-presidente Hamilton Mourão, no próximo dia 10.
O advogado nunca foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Bolsonaro causou polêmica, em junho de 2019, ao afirmar que sabe o que aconteceu com o Fernando Santa Cruz, pai de Felipe Santa Cruz.
“Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro”, afirmou Bolsonaro à época.
A Comissão da Verdade investigou e verificou que Fernando Santa Cruz foi capturado, torturado e morto pelo regime militar. Seu corpo foi incinerado em uma fábrica de açúcar no Rio de Janeiro, como confirmou um delegado da época.
A versão dada por Bolsonaro foi questionada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o órgão, pessoas que saibam ou atrapalhem as investigações ou retenham tais informações podem ser responsabilizadas pela continuação de um desaparecimento forçado.
“Gostaríamos de lembrar que o desaparecimento forçado é um crime complexo que não só afeta a pessoa que desapareceu, mas também inflige sofrimento à família da vítima. O direito internacional deixa claro que a contínua privação da verdade sobre o destino de uma pessoa desaparecida constitui um crime cruel, desumano e degradante”, diz a carta da ONU endereçada ao presidente brasileiro.
Com informações da coluna de Mônica Bergamo