A coerência e a lógica da família Bolsonaro realmente nunca foram muito fortes. Eles querem o estado mínimo, mas vivem de vultosos salários do Estado, chamam todos de vagabundos, mas nunca tiveram um emprego real, enfim. Só que dessa vez a coisa parece ter extrapolado as contradições habituais.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) postou um vídeo nesta segunda-feira (26) no qual seu pai, o presidente da República, critica o fundo eleitoral aprovado no Congresso de R$ 5,7 bilhões, dizendo que irá vetá-lo. Nas imagens, o chefe de Estado diz que com esse dinheiro “dá pra fazer muita coisa”, como por exemplo “levar água para o Nordeste”.
O que causa espanto é que Eduardo Bolsonaro, na Câmara, e seu irmão Flávio, no Senado Federal, votaram a favor dos R$ 5,7 bilhões destinados aos partidos. E o paradoxo não para por aí.
O filho 03 do presidente postou a gravação enaltecendo o pai, dizendo que vetaria o valor exorbitante, depois que Bolsonaro já havia admitido que não o vetará, cortando apenas uma parte menor do montante, permitindo ainda o encaminhamento de R$ 4 bilhões para o chamado “fundão”.
Para a os seguidores fanatizados do clã que controla a República deve ser um tanto quanto complicado entender as mensagens e diretrizes que vêm de seus ídolos. Afinal, eles são contra o “fundão”? Mas por que votaram a favor? Bolsonaro deve vetá-lo, porque é imoral e serviria para outras aplicações? Então por que admitiu que não o fará mais, restringindo-se a cortar apenas uma pequena parta da verba?
Vai entender.