O presidente Jair Bolsonaro admitiu há poucos instantes, para seguidores que ficam no cercadinho do Palácio do Alvorada, que realmente mais do que dobrará o fundo partidário, passando o valor para R$ 4 bilhões. O montante destinado a esse fim até o último ano era de R$ 1,7 bilhão.
A argumentação dele para tal gesto é confusa. A proposta, que vem do Congresso, aprovada inclusive por sua base e por seus filhos, é de R$ 5,7 bilhões, mas o chefe do Executivo seria contrário a qualquer aumento em relação aos valores anteriores (R$ 1,7 bilhão). No entanto, Bolsonaro diz que só vetará uma parte quando a lei chegar à sua mesa, permitindo os R$ 4 bilhões, numa contradição inexplicável.
O presidente em exercício da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), foi às redes sociais acusá-lo de ser demagógico e ter afirmado até os últimos dias que é contrário ao aumento do chamado “Fundão”, quando na verdade, segundo o deputado, Bolsonaro sempre manobrou para mais do que dobrar a cifra que é destinada aos partidos.
Ramos já tinha mandado Bolsonaro "virar o homem" e assumir seu interesse escuso no aumento dos valores e parar de jogar a culpa nos outros por suas intenções.
“A verdade sempre aparece! Bolsonaro quer mais que dobrar o valor do fundo eleitoral que hoje é de 1,7 bi e ele quer passar pra 4 bi. A máscara de quem sempre quis aumentar o fundo eleitoral começa a cair!”, disparou o parlamentar, que desde a semana passada se assume como membro da oposição, diferentemente de outros colegas da legenda.
Jair Bolsonaro fez um jogo duplo paradoxal desde que a proposta de aumento do fundo partidário chegou ao Congresso. Para suas hostes ultrarradicalizadas, o presidente da República criticava o aumento, mas não explicava por que seus filhos votaram favoravelmente a ela, assim como sua base no parlamento.
Segundo deputados de oposição, o presidente da República manobrou o tempo todo para tornar o “Fundão” mais gordo, mas nas redes sociais e para seus fanáticos seguidores ele afirmava ser contrário e destacava a imoralidade do gasto.
Veja o vídeo em que Bolsonaro admite que não vetará integralmente o fundo eleitoral: