O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, assinou uma portaria no dia 2 de julho autorizando a liberação de 17 servidores federais para acompanhá-lo na viagem oficial que fez a Angola, na última semana, que teve por finalidade tratar dos negócios da Igreja Universal do Reino de Deus naquele país, de onde foi expulsa pelo governo de João Lourenço.
Os dados sobre a missão, lançados no site Painel de Viagens, vinculado ao Ministério da Economia, ainda não foram concluídos, mas até o momento o custo desses servidores com passagens e diárias já ultrapassa R$ 340 mil.
Embora a razão oficial da visita fosse uma reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Mourão se reuniu com o chefe de Estado angolano para interceder na crise que a organização religiosa enfrenta por lá, levando a tiracolo uma comitiva de deputados federais ligados à seita de Edir Macedo, liderados pelo “bispo” Marcos Pereira (Republicanos-SP).
O plano não deu certo. João Lourenço não quis tratar do assunto e as autoridades locais negaram qualquer reunião para ouvir os argumentos dos parlamentares evangélicos que acompanharam Mourão na travessia do Atlântico.
Crise da IURD na África
Há poucos meses, a Procuradoria-Geral da República angolana e o Serviço de Investigação Criminal (SIC) identificaram, com várias provas, a existência de um sofisticado e robusto esquema, dentro da Igreja Universal do Reino de Deus, de “branqueamento de capitais”, como chamam as autoridades locais o crime batizado por aqui de lavagem de dinheiro.
Fartos dos problemas causados seita extremista em seu território, o governo do presidente João Lourenço baniu a administração brasileira da instituição e deu o controle da igreja para membros locais da entidade. Várias lideranças brasileiras da IURD que viviam lá foram expulsas do país.