No governo do homem que passou os últimos três anos afirmando que “acabou a mamata” há supersalários imorais e todo tipo de regalia para amigos e aliados. E quem não poderia ficar de fora é o fiel escudeiro de Jair Bolsonaro, o general da reserva do Exército Walter Braga Netto.
O atual ministro da Defesa, que nesta semana se viu em meio a um furacão depois de ter sido acusado numa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de ameaçar Arthur Lira (PP-AL) com a suspensão das eleições de 2022 se o voto impresso não fora implantado no país, recebeu a simplória bagatela de R$ 100,7 mil de salário no mês de junho.
Exemplo clássico da mamata que seria combatida na administração pública por seu chefe, a dinheirama é fruto de uma série de penduricalhos e agrados que são somados ao já polpudo salário do ministro, que ocupa também a patente hierárquica mais alta do Exército Brasileiro. A prática de somar vencimentos e ultrapassar o teto máximo de pagamento a servidores, profundamente imoral e vergonhosa, foi liberada pelo governo Bolsonaro em maio deste ano.
De acordo com o Ministério da Defesa, o rechonchudo depósito de junho a Braga Netto foi composto por seu salário, de R$ 30,9 mil, primeira parcela do 13° salário e “outras remunerações eventuais”, que não são explicadas e tampouco detalhadas.