O Ministério da Saúde decidiu nesta sexta-feira (23) rescindir o contrato com a Precisa Medicamentos pela compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin por R$ 1,6 bilhão. A medida, que deve ser oficializada no domingo (25), foi decidida após o laboratório indiano Bharat Biotech decidir romper com a Precisa, que era sua intermediário no Brasil.
Segundo informações do jornalista Caio Junqueira, da CNN Brasil, a decisão foi tomada pelo ministro Marcelo Queiroga nesta sexta. A oficialização deve sair no domingo, quando ele terá reunião com o secretário-executivo Rodrigo Cruz.
O contrato de R$ 1,6 bilhão com a Precisa havia sido suspenso momentaneamente em razão de denúncias de irregularidades apontadas na CPI do Genocídio.
Em comunicado divulgado nesta sexta, a Bharat afirmou que continuará trabalhando com a Anvisa para obter todas as aprovações necessárias para a Covaxin, mas que não seguirá com a Precisa de intermediária. A principal motivação seria a apresentação de documentos falsos por parte da Precisa ao Ministério da Saúde.
A demora da Saúde em rescindir de vez o contrato foi criticada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI. "Comprovamos, através da CPI, inúmeras irregularidades e mesmo assim o Governo não rompeu o contrato intermediado pela Precisa. A Bharat então desfez o negócio superfaturado. As investigações continuam! Os propineiros não sairão impunes!, escreveu no Twitter.
Covaxin na CPI
A compra da vacina Covaxin era a mais cara já feita pelo Brasil no combate à pandemia do coronavírus e levantou suspeitas de superfaturamento. Por isso, a Precisa virou um dos alvos prioritários da CPI.
O sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, foi convocado à CPI, e teve o direito de permanecer em silêncio concedido pela ministra do STF Rosa Weber. Após a decisão, os senadores optaram pela não convocação de Maximiano. A CPI também já autorizou a quebra dos sigilos telefônico e telemático da diretoria.