Um dos principais apoiadores da eleição de Jair Bolsonaro (Sem partido) no meio empresarial, Flávio Rocha, dono da rede de lojas Riachuelo, afirmou ser contra a taxação de grandes para diminuir o fosso da desigualdade porque "empobrece" os ricos.
Leia também: Riachuelo, do bolsonarista Flávio Rocha, mantém funcionários trabalhando mesmo com caso de coronavírus confirmado
"Nós queremos lutar contra a desigualdade ou contra a pobreza? Esse imposto consegue reduzir a desigualdade, mas pela via não inteligente: expulsando ou empobrecendo os ricos. O que se quer é enriquecer o pobres. Esse é um imposto que diminui a desigualdade, mas achatando a pirâmide, ou seja, empobrecendo os ricos", disse em entrevista a Joana Cunha, na edição deste sábado (17) da Folha de S.Paulo.
Segundo Rocha, "a grande deformação de um sistema tributário é a sonegação" e não a concentração de renda no topo da pirâmide. Ele afirma que a redução de imposto de renda seria mais eficaz que taxar os afortunados.
"A redução de imposto de renda gera mais investimento, aumento da demanda por mão de obra e, aí sim, resolve a desigualdade pela via inteligente, que é gerando renda para a base da pirâmide. Se desigualdade fosse o problema, tinha que dar um troféu para a Venezuela, que expulsou as fortunas para Miami ou quebrou quem insistiu em ficar".
Em sua declaração, Flávio Rocha sinaliza ainda que caso haja taxação de fortunas, ele se mudaria do Brasil.
"O exemplo desastroso do François Hollande [ex-presidente da França] mostrou uma coisa que é cruel mas é a dura realidade. É a mobilidade das fortunas. É o maior exportador de fortunas. O potencial de arrecadação é pífio. Acelera o êxodo. Na França, todo mundo mudou para a Bélgica, para a Inglaterra. E o mundo está cada vez mais digital. Você pode exercer a mesma função remotamente. As pessoas estão com mais mobilidade", disse.