Por Leandro Massoni*
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 foi prorrogada por mais 90 dias, de acordo com requerimento lido no plenário nesta quarta-feira (14) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Instalada em 27 de abril, a CPI da Covid tinha como prazo final de funcionamento o dia 7 de agosto (em caso de haver recesso parlamentar) ou 25 de julho (sem recesso).
Depois da leitura do requerimento, os trabalhos, em qualquer uma das hipóteses, serão prorrogados por mais 90 dias. Agora, a comissão poderá manter as atividades até o início de novembro, apesar da possibilidade de serem concluídas antes.
A prorrogação da CPI já vinha sendo defendida pela própria cúpula, que alega querer mais tempo para analisar documentos e colher depoimentos de testemunhas e de investigados. Entretanto, parlamentares apoiadores do atual governo eram contrários ao prolongamento dos trabalhos, uma vez que, para eles, a CPI tem o objetivo de desgastar a imagem do presidente Jair Bolsonaro.
Ala governista na política e na imprensa
Nesta quinta-feira (15), no quadro Liberdade de Opinião da CNN, o jornalista Alexandre Garcia avaliou a comissão como incapaz de conseguir resultados plausíveis em 90 dias e que, agora, “precisa de algo para embasar a conclusão, e está difícil”.
“A cada depoimento sério em que aparece um personagem que viveu o assunto as narrativas caem, vão sendo derrubadas. É a CPI em que se torna mais importante a pergunta do que a resposta, porque a pergunta que recebe destaque, uma vez que as respostas, muitas vezes, têm que ficar meio de canto, já que derruba as narrativas, é se torna anti-notícia. Vão botar mais três meses para ver se acham alguma coisa, pode ser que apareça”, declarou Garcia.
*Leandro Massoni é jornalista, locutor e redator publicitário.