O senador Humberto Costa (PT-PE), titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as omissões do governo Bolsonaro no combate à pandemia, a CPI do Genocídio, protocolou nesta terça-feira (8) um pedido para que Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), seja convocado para depor ao colegiado.
Mais cedo, a revista Crusoé revelou, através da divulgação de um documento do sistema interno do TCU, que o auditor em questão é o responsável pelo "estudo paralelo" citado por Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (7), para minimizar a pandemia do coronavírus. Segundo o titular do Palácio do Planalto, o tal estudo mostraria que o número total de mortes por Covid no país - que se aproxima dos 500 mil - seria, na verdade, a metade do que vem sendo divulgado.
Horas após a declaração, no entanto, o próprio TCU usou seus canais oficiais para desmentir Bolsonaro. "O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada hoje", diz a nota do órgão.
O estudo citado por Bolsonaro e que foi colocado no sistema do TCU, portanto, teria sido feito de maneira "paralela" pelo auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, à revelia do próprio tribunal. Ele, inclusive, é amigo dos filhos do presidente e teria entregado o documento a eles. Por este motivo, além da convocação do auditor à CPI, o senador Humberto Costa solicitou a quebra de seus sigilos.
O TCU já abriu procedimento para investigar a conduta do autor do "estudo paralelo".