O ex-ministro e general Carlos Alberto Santos Cruz, que ocupou a Secretaria de Governo no início do mandato de Jair Bolsonaro, publicou nesta sexta-feira (4) um texto nas redes sociais em que se diz envergonhado pela decisão do Exército de não punir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por ter participado de um ato político com o presidente Jair Bolsonaro.
Para Santos Cruz, a decisão é uma "desmoralização para todos nós" e afirma que o presidente "procura desrespeitar, desmoralizar pessoas e enfraquecer instituições".
"Houve um ataque frontal à disciplina e à hierarquia, princípios fundamentais à profissão militar. Mais um movimento coerente com a conduta do Presidente da República e com seu projeto pessoal de poder. A cada dia ele avança mais um passo na erosão das instituições", escreveu o general.
"Frequentemente, com sua conduta pessoal, ele procura desrespeitar, desmoralizar pessoas e enfraquecer instituições", continuou. "A politização das Forças Armadas para interesses pessoais e de grupos precisa ser combatida. É um mal que precisa ser cortado pela raiz", completou o militar.
Santos Cruz criticou ainda a vez em que Bolsonaro se referiu à instituição como "meu Exército". "O 'seu Exército' não é o Exército Brasileiro. Este é de todos os brasileiros. É da nação brasileira", escreveu.
Em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (3), o Exército Brasileiro informou que não vai punir Pazuello por ter participado de ato político com Jair Bolsonaro no dia 23 de maio no Rio de Janeiro.
O processo disciplinar foi contra Pazuello foi aberto pois, além do ex-ministro ter desrespeitado protocolos sanitários contra o contágio do coronavírus, violou regras militares, que vetam participação de quadros da ativa, como é o caso dele, em atividades político-partidárias.
Confira o texto completo: