O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, é ouvido nesta quarta-feira (16) na CPI da Covid-19 – ou do Genocídio –, que investiga as omissões do governo Bolsonaro na gestão da pandemia. Witzel foi beneficiado por um habeas corpus concedido por Kássio Nunes Marques, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), dando a ele o direito de não comparecer na comissão. Mas o ex-governador confirmou sua presença.
"Vou comparecer. Pode dizer", disse a ele ao colunista da GloboNews Octavio Guedes. "Vou me oferecer para ser juiz auxiliar da CPI. Há muito e muitos a serem investigados."
Em entrevista à CNN, em maio, o ex-governador do Rio já tinha dito que iria à CPI. "Ainda não recebi nada, mas não vejo razão para deixar de ir ou esclarecer qualquer fato. É um momento muito difícil da nação brasileira e o mínimo que o povo espera são repostas para mais de 400 mil famílias que perderam seus entes queridos."
Witzel, que se elegeu em 2018 com apoio de Bolsonaro, tornou-se seu inimigo. Ele atribui ao presidente sua queda. A expectativa é que o ex-governador dê declarações contra Bolsonaro em seu depoimento.
Impeachment
O ex-governador Wilson Witzel sofreu um processo de impecahment em abril deste ano. Um Tribunal Especial Misto (TEM), formado para julgar processo de impeachment do governador, decidiu, por unanimidade, pela condenação do ex-juiz, que perdeu o cargo de governador definitivamente e está inabilitado para ocupar funções eletivas por cinco anos.
Para o relator, deputado estadual Waldeck Carneiro (PT-RJ), houve improbidade administrativa e omissão criminosa de Witzel diante de esquema que foi montado na Secretaria Estadual de Saúde para desviar recursos e favorecer duas Organizações Sociais de Saúde (OSS).
Com a derrubada de Witzel, o vice-governador Cláudio Castro (PSC), aliado de Bolsonaro, assumiu o governo do estado.