O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) sentiu a série de golpes desferidos sobre ele e seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), pelo governador cassado do Rio de Janeiro Wilson Witzel, em seu depoimento na CPI do Genocídio, nesta quarta-feira (16), e reagiu com vários ataques. Sobrou inclusive para o relator Renan Calheiros.
Flávio tirou a máscara e afirmou ter sido diretamente atacado pelo relator e pelo depoente. O presidente da CPI Omar Aziz (PSD-AM) o corrigiu e disse que Renan só havia feito as perguntas. “Fui atacado da forma mais cínica como se eu não estivesse aqui. Falando meu nome da forma mais cínica que pode existir”, afirmou.
“E causa indignação sim, não só em mim, mas em todo mundo que está assistindo essa CPI, que esperava que ela tivesse alguma relação com os fatos envolvendo covid, mas esse conchavo de uma pessoa que responde 17 processos no Supremo Tribunal Federal (STF), cujo filho é suspeito de receber 800 mil reais da Odebrecht, a pedido do pai em troca de aprovação da medida provisória, com esse pingue-pongue”, disse atacando Renan e seu filho, o governador Renan Filho (MDB-AL).
Flávio prosseguiu: “esse conchavo com outra que é suspeita de desviar 700 milhões de reais na Saúde do Rio de Janeiro em plena pandemia, isso não é corrupção, é assassinato. E tem sim esse depoente as mãos sujas de sangue entre os quase 500 mil mortos. Esse sim é o culpado”, encerrou.
Retaliação
Durante seu depoimento, Witzel disse que passou a sofrer retaliação do governo federal após ser acusado de interferência na Polícia Civil do Rio de Janeiro por causa das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
“A partir daquele momento, do caso Marielle, percebi que o governo federal e o próprio presidente começaram me retaliar. Tivemos dificuldade de conversar com ministros”, disse Witzel.
O ex-governador ainda afirmou que o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, disse que Bolsonaro estaria descontente pela intenção dele em se candidatar à presidência em 2022.
Witzel diz que sofreu retaliação de Bolsonaro por caso Marielle; Flávio vai à CPI
À CPI, Witzel diz correr risco de morte: Tem miliciano envolvido na máfia da saúde
Nunes Marques libera Witzel da CPI do Genocídio, mas ex-governador do RJ diz que vai depor
“Estive com ministro Moro, à época, e fui pedir a ele que não pedisse de volta delegados que estavam comigo. Achei estranho. Ele não quis tirar foto comigo. E disse que não poderia dar publicidade à minha presença no Ministério da Justiça. ‘O chefe falou que você precisa parar de falar que você quer ser presidente'”, disse Witzel, atribuindo fala a Moro.