O presidente Jair Bolsonaro ignorou o anúncio feito pela farmacêutica Janssen sobre o cancelamento do envio das 3 milhões de doses de vacinas que seriam enviadas para o Brasil até terça-feira (15) e fez uma publicação em suas redes sociais exaltando o lote do imunizante. Ainda não há uma nova data para a chegada do lote.
"Brasil deverá receber 3 milhões de doses da vacina da Janssen até esta terça(14). A vacina é de dose única e vai acelerar o andamento da imunização. São mais de 600 milhões de doses contratadas até então. Mais de 109 milhões de vacinas distribuídas a todos os estados do Brasil", afirmou o presidente.
A farmacêutica, no entanto, já afirmou que cancelou a entrega. À Fórum, a assessoria da Janssen confirmou a informação e disse que segue em contato com o ministério para “disponibilizar a vacina no país o quanto antes”, sem citar uma data.
“Seguimos dialogando com o Ministério da Saúde e outras autoridades locais com o objetivo de disponibilizar a vacina no país o quanto antes. Compartilharemos novas informações assim que houver atualizações. A companhia está comprometida em oferecer acesso global igualitário à sua vacina contra a COVID-19 em um modelo sem fins lucrativos para uso emergencial durante a pandemia. Como parte deste compromisso, reconhece a importância de assegurar que as pessoas no Brasil tenham acesso ágil à sua vacina”, disse, em nota, a Janssen.
O Ministério da Saúde, comandada por Marcelo Queiroga, também confirmou o atraso. “O Ministério da Saúde informa que a chegada das doses antecipadas da vacina Covid-19 da Janssen ao Brasil não se dará nesta terça-feira (15). A pasta aguarda confirmação da data por parte do laboratório, mas a expectativa é de que as doses cheguem ainda esta semana ao país em três remessas”, disse em nota.
A vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, é aplicada em dose única e assegura 85% de eficácia nos casos mais severos da doença.