O ex-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), afirmou durante entrevista ao programa Fórum Onze e Meia, nesta segunda-feira (31), que a mobilização deste sábado (29) contra o governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido) era o ingrediente que faltava para o impeachment.
Boulos lembrou que um Impeachment acontece com crime de responsabilidade. “A exceção foi o de Dilma, que não teve crime nenhum. Já, no caso de Bolsonaro, você pode escolher o crime, tamanha a ficha corrida dele”, lembra.
“Mas para que haja impeachment, é preciso três componentes. Um deles é a queda de popularidade, e a de Bolsonaro já está na casa dos 20% e continua caindo. O outro é a crise política, que a gente pode observar diariamente com a CPI”, afirma. “O terceiro componente é gente nas ruas".
“Tem um sentimento de que não dá mais. Vamos esperar a pandemia pra fazer manifestações? Mas com o Bolsonaro a pandemia não vai acabar. Então a opção ficou entre esperar até outubro de 2022 ou ir pra rua agora. Esse sentimento foi assimilado e compartilhado por muita gente. Foram as maiores manifestações desde o início da pandemia e uma das maiores desde o início do governo Bolsonaro”, comemora.
O líder do MTST chamou a atenção ainda para o fato das manifestações deste sábado terem sido completamente diferentes das manifestações bolsonaristas. “É desonesto comparar as nossas com as deles. Você olhava de cima, na Paulista, e não via ninguém sem máscaras, tanto é que, se tivesse, já estaria em todos os jornais. Além disso, vários agentes de saúde distribuíram máscaras e deram orientaram à população”.
Boulos afirmou que “o impeachment divide opiniões, tem muita gente no campo progressista que é contra. O fato de Bolsonaro ter comprado o centrão cria a ideia de que o impeachment é impossível”, ressalta. “Eu acho diferente. Se a gente olhar o histórico do centrão, nunca teve fidelidade a qualquer governo. Quando vê o barco afundando, pula. Em alguns estados do Nordeste Bolsonaro tem rejeição de 70%. Qual o candidato de lá que vai querer andar com ele?”, pergunta.