As articulações da oposição para fazer frente ao governo de Jair Bolsonaro e mirando as eleições de 2022 seguem a todo vapor. Nesta quinta-feira (27), uma semana após se reunir com o ex-presidente Lula (PT), o ex-presidenciável e ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), se reuniu com o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE), com o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, e com Dani Portela (PSOL-PE), vereadora mais votada do Recife na última eleição municipal.
"Bom café hoje com @tuliogadelha, junto com @julianopsol e @daniportelapsol, para debatermos a luta contra Bolsonaro e a construção de caminhos para o futuro", escreveu Boulos nas redes sociais ao compartilhar uma foto do café entre as lideranças partidárias.
"Ótimo papo, pessoas agradabilíssimas. Baixamos as máscaras apenas para almoçar, tomar o café e fazer a foto. É sempre bom lembrar: a máscara salva vidas", afirmou Túlio Gadêlha ao reproduzir a mesma foto.
Esquerda e eleições
Em 2020, dois meses antes das eleições municipais, Gadêlha desistiu de sua candidatura à prefeitura do Recife após seu partido, o PDT, decidir fechar uma aliança com o então candidato João Campos (PSB-PE), que venceu o pleito e é o atual prefeito da capital pernambucana.
Já Boulos disputou o segundo turno da capital paulista contra Bruno Cova (PSDB), sendo que o tucano se elegeu e governou a cidade por mais cinco meses até falecer em decorrência de um câncer no último dia 16.
O psolista já afirmou que está disposto a disputar o governo de São Paulo nas eleições de 2022 e apareceu, na última pesquisa sobre a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, na liderança, com 17% das intenções de voto.
Na última semana, ele se reuniu com o ex-presidente Lula (PT), líder em todas as pesquisas de intenção de voto para a presidência. "Encontrei hoje em SP com @LulaOficial para falarmos da oposição a Bolsonaro e dos desafios da esquerda no Brasil", disse ao compartilhar uma foto da reunião.
No campo da esquerda, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) também é visto como um potencial candidato ao governo do estado de São Paulo e apresentou boa performance na mesma pesquisa que mostrou a liderança de Boulos. Em um cenário sem o psolista, o petista lidera.
Após a divulgação desses levantamentos, Haddad afirmou que o PT pretende unir forças com o PSOL e outros partidos de esquerda em São Paulo para fazer frente ao PSDB e ao bolsonarismo, sugerindo uma aliança. "Aqui temos Bolsonaro e Doria, e entendo que possa haver uma alternativa para os partidos. Vamos nos juntar com PSB, PCdoB, PSOL e PT e criar uma terceira via no estado que, há muito tempo, precisa de renovação", afirmou o petista.