Em depoimento à CPI do Genocídio nesta quinta-feira (27), o diretor do Insituto Butantan, Dimas Covas Neto usou uma "imagem" para ilustrar como as declarações de Jair Bolsonaro, de membros do governo e dos filhos do presidente atrapalham as tratativas com a China.
"Nós temos 100 vizinhos. 99 dos vizinhos são cordiais, nos tratam bem, vão na nossa casa sempre com grande prazer […] e um vizinho é o mau comportado, aquele que sempre tem uma observação a fazer. Na festa de fim de ano você vai chamar aquele vizinho ou os 99? Não precisa dizer que tem problema de relacionamento. Isso é senso comum", afirmou.
Segundo ele, cada declaração que acontece no Brasil repercute na imprensa da China, que já exportou mais de 300 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 para mais de 100 países.
"Pessoas da China têm um grande orgulho da contribuição que o país dá ao mundo nesse momento", disse Covas Neto, ressaltando que "necessariamente isso [as declarações] se reflete nas necessidades burocráticas".
"Nós que estamos na ponta, sentimos isso. Sentimos nós e a Fiocruz sentiu isso. Então, negar isso é impossível".