No final de seu depoimento à CPI do Genocídio nesta quinta-feira (27), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro não deu nenhum apoio à produção da vacina CoronaVac no Brasil.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) questionou Covas se houve algum estímulo por parte do governo Bolsonaro para o desenvolvimento da CoronaVac pelo Butantan. "No caso do Butantan, dessa vacina, não", respondeu o diretor. "No caso dessa vacina não houve estímulo governamental do Governo Federal para seu desenvolvimento", completou.
Na sequência, Prates perguntou se o governo "atrapalhou e dificultou" o desenvolvimento do imunizante. "Essa vacina não teve o apoio na hora que foi solicitado e isso poderia ter dado uma velocidade maior ao desenvolvimento, poderíamos ter tido um quantitativo maior de vacina para o Brasil no momento adequado", afirmou Covas.
Durante a sessão, o diretor do Buntantan também revelou que o Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a começar a vacinação, que Bolsonaro travou a compra de doses e que o país perdeu 60 milhões de doses que seriam enviadas pela China até dezembro de 2020.
Essas doses poderiam ter salvo entre 167 mil a 250 mil brasileiros, segundo levantamentos.