Os advogados de Lula conseguiram mais uma vitória na Justiça. Frederico Botelho de Barros Viana, juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, acatou, parcialmente, pedido da defesa e suspendeu o depoimento do ex-presidente e do seu filho Luís Cláudio Lula da Silva no processo da Operação Zelotes, que apura supostas irregularidades na compra de caças suecos no governo de Dilma Rousseff.
O Ministério Público (MP) acusa Lula de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa por ter supostamente participado de negociações para a aquisição dos caças.
Para justificar sua decisão, o juiz considerou os novos elementos apresentados pela defesa de Lula, que pediu suspeição dos procuradores Frederico de Carvalho Paiva e Herbert Reis Mesquita.
Os advogados do ex-presidente afirmam que as mensagens entre procuradores que atuavam na Lava Jato, obtidas por hackers, mostram, claramente, que a denúncia dos caças foi idealizada pelos integrantes da operação de Curitiba, em um “plano” que buscava “liquidar” Lula, por meio de “acusações frívolas, apresentadas em número elevado e repetidas”.
Paiva e Mesquita foram envolvidos nas discussões em grupos no Telegram e “não apenas tomaram conhecimento das ilegalidades que estavam sendo praticadas pela ‘Lava Jato’ de Curitiba contra os excipientes [Lula e seu filho Luís Cláudio] como também passaram a delas participar”, alega a defesa.
Novos elementos
Segundo o magistrado, “a petição que instaura o presente incidente traz em seu bojo elementos formal e materialmente novos, que devem se submeter ao contraditório útil, bem como devem ser provados”.
Diante do novo cenário, os depoimentos de Lula e do seu filho, previstos para os dias 27 e 28 de maio, respectivamente, foram adiados. O juiz concedeu prazo de 30 dias para o MP se manifestar sobre a acusação de suspeição, além de mais 30 dias para todas as defesas do processo se manifestarem.
Com informações do Conjur