O presidente Jair Bolsonaro admitiu durante transmissão ao vivo realizada nesta quinta-feira (13) que pode ter "coisa errada" acontecendo dentro de seu governo, mas que não teria "como saber". Dentro da estrutura governamental há órgãos de controle que, em tese, deveriam investigar irregularidades. A declaração foi feita para defender a ditadura militar.
"Não sei qual a tara da imprensa com ditadura. Teve coisa errada? Qualquer governo tem, no meu tem, pô. Tá acontecendo algo esquisito? Pode estar acontecendo. No período militar não foi diferente, mas contam uma história diferente", disse o presidente. O Planalto dispõe de órgãos de controle para investigar possíveis irregularidades, como a Controladoria-Geral da União (CGU).
A declaração foi dada por Bolsonaro enquanto ele defendia que a ditadura militar não foi uma ditadura e que o golpe militar de 1964 não foi um golpe.
Pouco antes de admitir que tem "coisa errada" no próprio governo, o presidente atacou o jornal Estado de S. Paulo pela revelação feita pelo jornalista Breno Pires de que teria sido montado um esquema de corrupção conhecido como "Bolsolão", que consistiria na compra de apoio de parlamentares através de um orçamento secreto no Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
O titular do MDR, Rogério Marinho, participou da live e negou a existência do esquema. Parlamentares do campo da oposição chegaram a cogitar a criação de uma CPI para investigar o tema.
CPI do Genocídio e da cloroquina
Durante a transmissão, o presidente chegou a defende que fosse formada uma CPI sobre o "tratamento imediato", defendido por ele como "solução" contra a Covid-19, apesar de não haver nenhuma evidência que comprove a eficácia do método. Ele ainda disparou ataques ao relator da CPI do Genocídio, senador Renan Calheiros (MDB-AL).