Após ameaçar deputadas de esquerda na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (12), o deputado bolsonarista Éder Mauro (PSD-PA), membro da bancada da bala, continuou a atacar parlamentares nas redes sociais.
No Twitter, o bolsonarista ironizou a deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA) e a suplente a vereadora em Belém, Gizelle Freitas (PSOL), após as duas condenarem os ataques que ele havia feito na Câmara contra parlamentares.
"Como não represento o povo do Pará? Foram 145.653 votos dos paraenses. Desculpa se não lhe conhecia, soube agora que entrou como suplente, com seus 20 mil e poucos votos. Boa sorte", escreveu o deputado em resposta a uma publicação de Vivi Reis no Twitter, na qual ela diz que ele "menospreza" a vida e não representa a população paraense.
Em outro ataque na mesma rede social, Éder Mauro perguntou à suplente Gizelle se ela já havia "pego a vassoura". O comentário foi feito após ela chamar o deputado de fascista por seus ataques na CCJ e dizer que teria prazer em "varrê-lo da história política do país".
Na Câmara, o parlamentar tentou interromper aos gritos as falas das deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Fernanda Melchionna (PSOL-RJ), assumindo que já matou “muita gente” e desejando a morte das congressistas.
“Pode se fazer de vítima, espernear, fazer o cacete nessa porra dessa sessão (…) E vou dizer mais, senhoras deputadas de esquerda: eu, infelizmente, já matei sim, não foi pouco, não, foi muita gente. Tudo bandido. Queria que estivessem aqui para discutir olho o olho. Vão dormir e esqueçam de acordar!”, disparou o bolsonarista, que antes havia chamado Maria do Rosário de “Maria do Barraco”.
Em entrevista à Fórum, Melchionna disse que o discurso do deputado é "claramente fascista" e mostra uma tentativa da extrema direita de articular sua "coluna radicalizada de extremistas" em meio a um cenário em que perde apoio social.
"Eu não tenho dúvida de que essa ação do deputado bolsonarista, da extrema direita, assim como ação de Flávio Bolsonaro na CPI, mostra a tentativa da extrema direita de ganhar no grito, elevar o tom", disse a parlamentar.
"A medida em que perdem força social, eles vão mais à extrema direita, para fazer política para uma base fascista que existe no Brasil e ao mesmo tempo organizar sua coluna radicalizada de extremistas", continuou. "O impedimento de Jair Bolsonaro é a luta de 2021 necessária para salvar vidas e também para tirar a extrema direita do poder", finalizou a deputada.