O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), acusou o ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, de mentir em seu depoimento ao colegiado sobre a participação do apresentador do SBT, Otavio Mesquita, em campanhas do governo federal que supostamente defendiam distanciamento social e uso de máscaras.
Logo no início da comissão, Wajngarten foi questionado por Renan se o governo de Jair Bolsonaro investiu em campanhas para orientar a população sobre como se prevenir do contágio do coronavírus.
O ex-chefe da Secom disse que diversas ações foram feitas e citou a atuação de Otavio Mesquita como garoto-propaganda da pasta. Ele atribuiu a campanha como exemplo de ação da Secom na pandemia.
O apresentador bolsonarista, no entanto, teria atuado em que incentivava as pessoas a voltarem às ruas e ao trabalho, mesmo com a pandemia do coronavírus. Renan Calheiros disse que a campanha era contra o isolamento social e acusou o ex-chefe da Secom de mentir na CPI. O relator então pediu a suspensão da comissão por cinco minutos.
Em entrevista ao Painel, da Folha de S. Paulo, Mesquista chegou se ofereceu para participar da campanha mais uma vez sem cobrar qualquer valor. “Não podemos e não vamos parar o país. Como as pessoas vão comer? Vai ao posto de gasolina e não consegue abastecer?”, indagou.
Juntos somo mais fortes
A primeira campanha do governo federal contra a Covid-19 foi lançada no início da pandemia no Brasil. Da intitulada "Juntos somos mais fortes", participaram Zezé di Camargo, a doutora Ana Escobar, Patati e Patatá, Felipe Melo, Sikêra Jr, chef Carlos Bertolazzi, Minotauro, Luis Ernesto Lacombe e Otávio Mesquita.
Poucos dias depois, foi ao ar a campanha "O Brasil não pode parar", que se posicionava contra o isolamento social. O governo, no entanto, apagou as postagens de suas contas oficiais nas redes sociais após proibição da Justiça Federal no Rio de Janeiro.