Kajuru questiona Barra Torres sobre reação de Bolsonaro a depoimento na CPI do Genocídio: "Bufando de raiva"

O presidente da Anvisa garantiu que uma contrariedade de Bolsonaro não modificaria sua conduta

Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
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O senador Jorge Kajuru (Podemos-DF) questionou o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, sobre a possível reação de insatisfação do presidente Jair Bolsonaro diante do depoimento do chefe da agência durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as omissões do governo na pandemia de Covid-19, a chamada CPI do Genocídio.

"No Antagonista, a notícia é a seguinte: Bolsonaro está 'bufando de raiva' com depoimento de presidente da Anvisa. O senhor crê que isso seja procedente? Se descobrir que isso procede, qual seria a sua reação?", questionou Kajuru.

Barra Torres disse que não tem como saber se a reação procede e destacou que suas "respostas são rigorosamente verdadeiras". "Não sei se provocaria esse tipo de reação que o referido site. Não tenho como avaliar e não tenho controle sobre isso", afirmou o presidente da Anvisa.

"Minha reação é continuar vivendo como sempre fiz, não modifico absolutamente nada. As amizades existem para atravessar qualquer tipo de problema, se é que há algum. Não há o que ser mudado. Não terei reação, vou manter a minha conduta", completou.

A notícia citada por Kajuru, de autoria do jornalista Diego Amorim, revela que um parlamentar próximo do presidente confidenciou a grande insatisfação do mandatário com o chefe da Anvisa e disse que "alguma retaliação deve ter".

Em depoimento, Torres destacou seu posicionamento contrário ao uso de suposto "tratamento precoce" com cloroquina e hidroxicloroquina, disse que impediu mudança em bula de cloroquina pretendida pela médica Nise Yamaguchi e defendeu o isolamento social.

Sobre a presença de Jair Bolsonaro em aglomerações, sem o uso de máscara, Barra Torres disse que, “apesar da amizade que tenho pelo presidente, minha conduta difere da dele”. Ele ainda foi indagado sobre a sua presença em ato de apoio ao governo junto co Bolsonaro, em março de 2020. Segundo ele, se a manifestação fosse hoje, “pensaria cinco minutos e não faria”.