Durante transmissão ao vivo realizada nesta quinta-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e disse que gostaria de acabar com todas as escolas criadas pelo movimento. São mais de duas mil unidades escolares dos Sem Terrinhas nos assentamentos do MST, onde vivem mais de 350 mil famílias.
"Vocês sabiam que existem mais de 200 escolas dos Sem Terrinha no Brasil?", questionou Bolsonaro. Segundo ele, essas escolas são "financiadas pelos estados de governadores de esquerda" e "treinam militantes, hasteiam a bandeira vermelha todo dia e cantam a internacional socialista. Se você falar em verde e amarelo, apanha lá dentro".
"Se eu pudesse acabava com essas escolas dos sem terrinha", disparou. O presidente ainda criou teorias conspiratórias sobre a presença de um suposto grupo guerrilheiro no estado de Rondônia.
Segundo o MST, "a Educação é uma das áreas prioritárias de atuação". O movimento afirma em seu site que "desde a sua origem desenvolveu processos educativos e incluiu como prioridade a luta pela universalização do direito à escola pública de qualidade social, da infância à universidade".
"Nesse sentido, o MST busca construir coletivamente um conjunto de práticas educativas na direção de um projeto social emancipatório, protagonizado pelos trabalhadores e trabalhadoras. A construção de uma escola ligada à vida das pessoas, que torne o trabalho socialmente produtivo, a luta social, a organização coletiva, a cultura e a história como matrizes organizadoras do ambiente educativo escolar, com a participação da comunidade e auto-organização dos educandos e educandas, e dos educadores e educadoras", afirma.
Com as mais de duas mil unidades escolares, o MST já garantiu a educação de 200 mil crianças e adolescentes, além da alfabetização de 50 mil adultos.