Haddad desmente coluna de Lauro Jardim sobre "conversa com a Faria Lima": "Não me procurou para confirmar"

Segundo o colunista do jornal O Globo, Haddad seria o nome de Lula para "lidar" com a elite paulistana da Faria Lima, o que, de acordo com o ex-prefeito, não é verdade

Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert)
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Desde o início de março, quando o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou os processos da Lava Jato contra Lula e devolveu ao petista seus direitos políticos, que crescem as especulações sobre uma aproximação do empresariado ao petista, visto que sua candidatura à presidência em 2022 vem se tornando cada vez mais concreta e que seu nome, segundo pesquisas, é o mais forte para derrotar Jair Bolsonaro.

Em meio a essas especulações, o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, publicou em sua coluna no último domingo (25) uma nota em que afirma que Fernando Haddad teria sido o nome escolhido por Lula para "lidar com a Faria Lima" até, pelo menos, o início de 2022. "Faria Lima" é o nome de uma das mais importantes avenidas da capital paulista e que representa um dos núcleos do mercado financeiro e da elite paulistana.

"Os bancos têm procurado Lula para conversar. Mas o PT escalou um emissário para conversar com o sistema financeiro: Fernando Haddad. Lula só quer papo direto com essa turma mais adiante, no início de 2022", escreveu Jardim.

A informação, de acordo com Haddad, no entanto, não procede. "Gostaria de desmentir a nota publicada na coluna de Lauro Jardim de que Lula me designou para, em seu nome, manter interlocução com a Faria Lima. O colunista não me procurou para confirmar. Fez o mesmo com Marcos Lisboa um mês atrás", escreveu o petista em suas redes sociais.

https://twitter.com/Haddad_Fernando/status/1387136110325911557

Mercado sinaliza apoio a Lula

O mercado financeiro já está visualizando um possível retorno do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto e um novo mandato do petista poderia ser bom para a economia. Ao menos é o que sinalizou, para a frustração de alguns analistas de política liberais, o megainvestidor americano-alemão Mark Mobius em entrevista à BBC News Brasil no dia 11 de março, logo após a decisão de Fachin que anulou os processos da Lava Jato contra o ex-metalúrgico.

O veículo procurou Mobius, que atualmente é considerado o “guru dos emergentes” com sua gestora de investimentos, a Mobius Capital Partners LLP, para que ele dissesse como o mercado avalia uma possível eleição com Lula em 2022.

Ao contrário do que dizem parte dos economistas de direita, Mobius afirma que um novo governo de Lula não assusta o mercado.

“É duvidoso que um retorno de Lula resultaria em um governo marcadamente hostil aos negócios”, disse o investidor. A fala vem exatamente um dia após o ex-presidente pedir, em coletiva de imprensa, para que o mercado não tenha medo dele. “Por que o mercado tem medo de mim? Esse mercado já conviveu com o PT oito anos comigo e mais seis com a Dilma Rousseff. Qual é a lógica? Eu não entendo esse medo, eu era chamado de conciliador quando presidia. Quantas reuniões fazia com os empresários? Dizia: ‘O que vocês querem? Então, vamos construir juntos’”, disse o petista.

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