A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) usou as redes sociais nesta sexta-feira (23) para fazer uma sugestão curiosa ao tentar minimizar o cancelamento do Censo Demográfico de 2021, que foi descartado pelo governo de Jair Bolsonaro após o corte das verbas para a pesquisa populacional.
"Por que o Censo não pode ser feito pela Internet? Com toda tecnologia disponível, não há muito sentido ter alguém batendo de porta em porta. Ademais, os Cartórios estão todos informatizados, os serviços são prestados virtualmente, podemos apurar nascimentos e mortes", escreveu a parlamentar.
"Precisamos buscar novos caminhos!", completou.
A "sugestão" feita pela deputada demonstra um certo desconhecimento da função do Censo e da própria realidade brasileira. O propósito da pesquisa "de porta em porta" é justamente para ter uma dimensão total da população nacional, que não possui acesso universal à internet. Além disso, dados de cartórios também possuem distorções.
O posicionamento de Janaina foi bastante criticado (e ironizado) nas redes sociais.
Cancelamento
O secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, anunciou nesta sexta o cancelamento da pesquisa. ““Não há previsão orçamentária par ao Censo, portanto ele não se realizará em 2021. As consequências e gestão para um novo Censo serão comunicadas ao longo desse ano, em particular em decisões tomadas na junta de Execução Orçamentária”, declarou.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é o responsável pelo Censo, já havia dito em março que, se corte do orçamentário não fosse revertido, de que a realização da pesquisa seria inviável. O valor necessário era de RS 2 bilhões. Foram concedidos R$ 53 milhões pelo presidente.
Ação judicial
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), anunciou que pretende acionar a Justiça para manter a pesquisa. “Diante do descumprimento da Constituição pelo governo federal, com o cancelamento do Censo, já orientei a PGE do Maranhão a ingressar na Justiça. Há impactos em políticas sociais e na repartição das receitas tributárias, ameaçando os princípios federativo e da eficiência”, escreveu o governador no Twitter.