Principal artífice do golpe de 2016 na caserna, ao lado de Sérgio Etchegoyen, o general Eduardo Villas Bôas recebeu R$ 60 mil da Fundação Habitacional do Exército, entidade que financia a compra de imóveis por militares, para sua Organização Não Governamental (ONG), o Instituto General Villas Bôas (IGVB). A informação é de Fábio Zanini, na Folha de S.Paulo desta segunda-feira (19).
Além de receber verba pública do Exército, arma que comandou até 11 de janeiro de 2019, já durante o governo Jair Bolsonaro, a ONG do militar, que é presidida pela esposa, Maria Aparecida Villas Bôas, mantém convênio com pelo menos outros quatro organismos do governo federal: Ministério da Educação, Secretaria Especial da Cultura, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e Ministério da Ciência e Tecnologia.
Com o Ministério da Educação, o IGVB está produzindo uma série de livros da "Coleção Pensadores do Brasil". Entre as obras reeditadas está o livro “Geopolítica e poder”, do general Golbery do Couto Silva, um dos responsáveis pela criação do Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão de espionagem da Ditadura Militar.
O instuto de Villas Bôas está sediado em uma sala da sede de Brasília da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que recebe verbas públicas do imposto sindical. O grupo de empresários, que foi linha auxiliar para o golpe de 2016, também financia com dinheiro a ong do militar, mas não revelou à reportagem o valor do patrocínio.