O senador Jaques Wagner (PT-BA) se manifestou na manhã deste domingo (11) sobre a informação de que ele seria contra a CPI da Covid, cuja instalação no Senado foi determinada na última semana pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No sábado, Wagner havia afirmado em nota que não contestaria decisão judicial, mas que segue pensando que as energias, nesse momento, deveriam estar voltadas para garantir vacinas. "Nada é mais prioritário. Depois vamos atrás de responsabilizar os culpados, o que não será muito difícil, já que o presidente da República é réu confesso, insensato e insensível diante do sofrimento do povo brasileiro".
Já neste sábado, o ex-governador da Bahia esclareceu: "Não sou contra a CPI. Só considero seu momento inadequado. Mas isso já está superado. O STF determinou e a comissão será instalada na próxima semana. E, obviamente, não irei me opor ao seu funcionamento".
Wagner foi o único dos seis senadores da bancada petista que não assinou o requerimento, apoiado por mais de 30 colegas da casa legislativa, pedindo a instalação da CPI, que visa apurar a omissão de Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. O petista defende que o presidente seja responsabilizado, mas através de investigação do próprio STF para que o Congresso possa focar em outras pautas.
"Por isso, apresentei em março uma notícia-crime para que o STF investigue a postura do presidente, que é réu confesso, insensato e insensível diante do sofrimento dos brasileiros e brasileiras", declarou.
Entenda
A instalação da CPI da Covid, que tem Jair Bolsonaro como principal alvo, foi determinada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acatou liminar em favor do requerimento assinado por 30 senadores pedindo a abertura da investigação. O titular do Planalto reagiu afrontando o ministro, afirmando que o “falta coragem moral e sobra ativismo judicial”, atitude que, para a oposição no Congresso, configura crime de responsabilidade. A fala de Bolsonaro contra Barroso também provocou uma reação em outros ministros do STF, como Fux, Alexandre de Moraes e Marco Aurélio Mello, que condenaram a postura do chefe do Executivo.
Em meio à tentativa de Bolsonaro de tumultuar a instalação da CPI, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, marcou para a próxima quarta-feira (14) o julgamento em plenário da liminar de Barroso determinando a abertura da investigação.