A juíza federal substituta no Paraná, Gabriela Hardt, a mesma que foi alvo de conversas comprometedoras entre procuradores de Lava Jato, deu prazo de dez dias para que o empresário Fernando Bittar, dono do sítio ligado ao ex-presidente Lula, em Atibaia (SP), apresente uma proposta de venda da propriedade. As informações são da reportagem de João Pedroso de Campos, na Veja.
Avaliado judicialmente em R$ 1,7 milhão, em 2019, o sítio foi confiscado pela magistrada na sentença em que ela condenou Lula, sem provas, em consequência de reformas na propriedade feitas por empreiteiras,
Caso seja vendido, o valor arrecadado deve ser depositado em uma conta judicial. Esta é a quarta vez que a juíza estipula um prazo para a proposta de venda do sítio. Os advogados de Bittar, porém, pediram por três vezes mais tempo para o término das negociações.
Abandonado
O sítio Santa Bárbara foi reformado ao custo de R$ 1 milhão pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, entre 2010 e 2014. Em fevereiro de 2020, em mais uma manobra da Justiça, Lula foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelas obras.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sem justificativa, subiu a pena para 17 anos de prisão em novembro e ratificou a sentença em maio de 2020.
Conforme laudo de avaliação do imóvel, assinado pelo oficial de Justiça, Hugo Guerrato Netto, “as construções, em sua maior parte, encontram-se em estado de abandono, com vários pontos de infiltração e rachaduras nas paredes, bem como necessitando a restauração na maior parte do madeiramento e troca de pisos em determinados locais pontuais”.