Se ficar Lula e Bolsonaro, voto no menos ruim, diz FHC

Tucano até deu sinais de que votaria no petista, afirmando que ele tem "experiência do mundo", mas evitou verbalizar

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Em entrevista o jornalista Tales Faria, do UOL, nesta terça-feira (16), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que anulou o voto no segundo turno da eleição de 2018, disse que, em um segundo turno entre Jair Bolsonaro e Lula no pleito de 2022, votaria "no menos ruim".

O tucano até chegou a dar sinais de que optaria pelo petista, mas evitou verbalizar. "Acho que o Lula foi calejado pela vida, isso conta. O Lula não é nenhum principiante. Ele deu entrevista agora e ele acertou nos pontos fundamentais, tem jeito pra coisa. O Lula não é de esquerda nem de direita, o Lula é ele. Mas isso não é em si... Não é um mal. O Lula tem experiência do mundo, do Brasil, da pobreza, e enriqueceu", disse FHC.

"Não sei que idade tem o Lula hoje. Eu vou fazer 90. O Lula tem setenta e poucos. Mesmo assim, para começar a presidência já é um pouco de tempo, não sei se vai ter condições de ser candidato. Mas acho que se ficar ele e o Bolsonaro... Ah, mea culpa, mea maxima culpa. Voto no menos ruim", complementou o ex-presidente.

Assista ao trecho.

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Pouco antes, na mesma entrevista, quando perguntado em quem votaria caso o segundo turno de 2022 fosse o mesmo de 2018, ou seja, entre Bolsonaro e Fernando Haddad, o tucano sinalizou que votaria no petista. "Se houver, espero que não haja, essa dicotomia ou Haddad ou Bolsonaro, ou alguém do PT, lógico, que seja razoável, ou Bolsonaro, votaria mais contra o Bolsonaro", pontuou.

"Pode dar Lula"

Na semana passada, pelas redes sociais, FHC admitiu que "pode dar Lula" nas eleições de 2022. "O senador Tasso tem razão: ou há um basta aos desatinos do Pr ou… dará Lula nas eleições. Basta comparar e ver o vazio de lideranças. Estamos entre o trágico e o que já se viu. Sem horizontes animadores. Mesmo assim há que manter as esperanças", tuitou o tucano na quinta-feira (11).

A fala do ex-presidente vai na mesma linha da tese que a direita liberal não bolsonarista começou a aventar após a anulação dos processos de Lula. Este setor político afirma que uma candidatura do petista em 2022 provocaria uma “polarização” e fortaleceria o próprio Bolsonaro.

Sobre essa tese, em resposta a uma pergunta da FórumLula foi categórico. “O PT não pode ter medo de polarizar, ele tem que ter medo de não polarizar e ser esquecido. Eu gosto de eleições em dois turnos, porque permite você construir alianças no processo de disputa eleitoral”, disse.

“A polarização é importante, o que não pode é cometer o erro como o PSDB cometeu em 2014. Eles radicalizaram com ódio, nunca vi tanto ódio, e não querer aceitar o resultado. Deu no que deu, deu em Bolsonaro”, completou o petista.