A advogada Rosangela Moro, esposa do ex-juiz, Sérgio Moro, apresentou nesta quarta-feira (3), ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedido para que seja revogada a liminar do ministro Ricardo Lewandowski que deu à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acesso à troca de mensagens entre o ex-juiz da Lava Jato e procuradores da força-tarefa de Curitiba.
Rosangela Moro, que representa o marido, alega que a decisão de Lewandowski foi um drible da defesa de Lula em Fachin. De acordo com ela, cabe ao ministro, que é relator da Lava Jato no Supremo, decidir sobre o caso, e não o colega de Corte.
Rosangela diz ainda que ‘não há prova da autenticidade das mensagens’ e que elas poderiam ‘ter sido adulteradas antes de sua apreensão pela Polícia Federal’.
Além disso, a advogada e esposa diz também em sua peça que as conversas divulgadas não demonstrariam que Lula ‘não é culpado pelos crimes pelos quais foi condenado’ ou que a Lava Jato ou Moro agiram com ‘motivações políticas’ ou ‘animosidade pessoal’ contra Lula.
De acordo com o Conjur, a peça de Rosângela Moro até tenta contornar a questão, afirmando que as mensagens não provam a inocência de Lula. Mas se esquece de dizer que não se trata disso: se tais mensagens demonstram, por exemplo, a parcialidade do julgador (que se articula com a acusação), o problema passa a ser de ordem processual, tornando investigação, denúncia e instrução processual nulas.
Os advogados de Lula, por sua vez, vão usar as mensagens para reforçar as acusações de que Moro agiu com parcialidade e encarou o petista como ‘inimigo’ ao condená-lo a nove anos e meio de prisão no caso do triplex do Guarujá.
Com informações do Estadão