O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), defendeu em entrevista ao Estadão, publicada nesta terça-feira (23), a contratação de parentes de políticos para cargos públicos.
O nepotismo é proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por violar o princípio constitucional da impessoalidade na administração, mas vem sendo questionado, sobretudo, após a vitória de Arthur Lira (Progressistas-AL) para presidir a Câmara. Com ele, o Centrão ganhou musculatura para pregar mudanças na lei que hoje pune a prática.
“O poder público poderia estar mais bem servido, eventualmente, com um parente qualificado do que com um não parente desqualificado. Só porque a pessoa é parente, então, é pior do que outro? O cara não pode ser onerado por ser parente. Se a pessoa está no cargo para o qual tem qualificação profissional, é formada e pode desempenhar bem, qual é o problema?”, afirmou Barros, que também integra o Centrão, grupo de partidos aliados ao presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).
Bolsonaro nomeou 13 parentes em gabinetes da família no tempo em que era deputado. Além disso, o clã Bolsonaro empregou 102 pessoas com laços familiares, segundo levantamento feito pelo jornal O Globo, ao longo dos 28 anos em que o atual presidente foi parlamentar.
O presidente também chamou de “hipocrisia” as críticas de que seria “nepotismo” a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho “03”, para o cargo de embaixador nos Estados Unidos. O presidente chegou a criticar a decisão do Supremo que proibiu contratações de parentes na administração pública.
“Acho que quem tem de decidir sobre essas coisas é o Legislativo. Teve um parlamentar contra o nepotismo que foi pego na Lava Jato. E tem ministro, com toda certeza, que tem parente empregado, com DAS (função comissionada). E daí? Que mania (vocês têm de dizer) que tudo que é parente de político não presta”, afirmou na época.
Com informações do Estadão