Os procuradores da Força-Tarefa de Curitiba da Lava Jato conversavam abertamente sobre cooperação internacional fora dos canais oficiais. E, se fosse possível regularizá-las depois, melhor ainda. Em meio a essa conversa, o chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, dispara: “Faz tempo que não tenho vergonha na cara”, acrescido de um “kkkkk”.
Essas conversas foram enviadas pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (22). Elas foram obtidas por meio da Operação Spoofing.
O diálogo tratava das cooperações internacionais que a força-tarefa buscava. Ele aconteceu entre os dias 6 e 7 de julho de 2015, segundo a análise pericial encomendada pela defesa, entre Deltan e Orlando Martello Júnior.
O chefe da força-tarefa diz que no dia seguinte vai encaminhar “as coisas da Suíça” e a lista de quem deve ser contatado para cooperações internacionais. Ele divide as tarefas com Martello e afirma que, se este estiver preocupado com a “ausência de cara de pau” do chefe para falar com eles, “pode deixar que tenho de sobra kkkk...”.
Na mesma mensagem, Deltan diz que já leu o e-mail recebido de Mônaco. “É bem melhor do que havia achado... dá a entender que é possível regularizar a posteriori...”, afirmou.
O diálogo prossegue e, como relata a defesa de Lula, Deltan afirmou que não haveria problema seguir adiante com tal metodologia (“No problems hermanito”) — acrescentando que “Faz Tpo qe não tenho vergonha na cara kkkk”.