A ex-presidenta Dilma Rousseff avisou. Em seu último discurso antes de deixar o cargo após sofrer o golpe, naquele 31 de agosto de 2016, ela pareceu prever tudo o que ficou reservado para o Brasil a partir de então.
Em um trecho de sua fala, Dilma já deixava bem claro o que viria a ser o Brasil após a eleição de Jair Bolsonaro, que até então era apenas o deputado que dedicou seu voto do impeachment ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra.
Veja e leia abaixo o trecho:
Acabam de derrubar a primeira mulher presidenta do Brasil, sem que haja qualquer justificativa constitucional para este impeachment.
Mas o golpe não foi cometido apenas contra mim e contra o meu partido. Isto foi apenas o começo. O golpe vai atingir indistintamente qualquer organização política progressista e democrática.
O golpe é contra os movimentos sociais e sindicais e contra os que lutam por direitos em todas as suas acepções: direito ao trabalho e à proteção de leis trabalhistas; direito a uma aposentadoria justa; direito à moradia e à terra; direito à educação, à saúde e à cultura; direito aos jovens de protagonizarem sua história; direitos dos negros, dos indígenas, da população LGBT, das mulheres; direito de se manifestar sem ser reprimido.
O golpe é contra o povo e contra a Nação. O golpe é misógino. O golpe é homofóbico. O golpe é racista. É a imposição da cultura da intolerância, do preconceito, da violência.