A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu nesta segunda-feira (15) às revelações de como foi elaborado o tuíte golpista do general Eduardo Villas Bôas em 2018, quando ele comandava o Exército, que pressionava ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) às vésperas de julgamento de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Se o general queria controlar sua tropa, como alega, devia ter feito uma ordem do dia lembrando a Constituição. Prender seus insubordinados e não ameaçar o STF para prender Lula. Isso é gravíssimo e exige reação das instituições democráticas”, cobrou Gleisi em seu Twitter.
O tuíte de Villas Bôas teve duas partes e foi publicado em 3 de abril. Nele, o então comandante do Exército escreveu: “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”. A mensagem prosseguia em outra publicação: “A sseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.
Villas Bôas alegou, em livro publicado pela FGV, que Exército agiu porque recebeu muitas demandas por intervenção militar e o intuito dos tuítes foi evitar uma “possível convulsão social”. Segundo o general, a situação – a possível libertação de Lula – estava “aproximando-se do limite do aceitável”.
A mensagem original seria ainda mais incendiária, mas teria sido atenuada, com colaboração de ministros do governo Jair Bolsonaro.