Profissionais da EBC emitem nota denunciando censura promovida pelo governo Bolsonaro na empresa pública

"São inúmeros os casos de interferência na pauta jornalística e na grade das emissoras de rádio ou da TV Brasil", diz carta publicada nesta sexta

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Uma comissão de funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) publicou nesta sexta-feira (12) uma carta aberta apontando a ingerência do governo do presidente Jair Bolsonaro na atuação jornalística da empresa pública.

"Não podemos servir de instrumento para propaganda e promoção pessoal de presidentes ou de governos, como tem sido atestado em inúmeros relatórios produzidos por seus empregados", diz trecho da nota que reforça o caráter público da empresa que é responsável pela TV Brasil e outros veículos.

"São inúmeros os casos de interferência na pauta jornalística e na grade das emissoras de rádio ou da TV Brasil. Tivemos alterações profundas em programas que são patrimônio da TV pública, como o Sem Censura, há 35 anos no ar. Um marco por ampliar o debate na sociedade no pós-ditadura, o Sem Censura foi totalmente reformulado em 2020 e saiu da grade no fim do ano passado.", afirmam os profissionais.

Na nota, os funcionários afirmam que "não se pode fazer qualquer menção ao público LGBTI" na TV Brasil, acusam a direção da EBC de negligenciar a cobertura da Covid-19, apresentando dados descontextualizados, ignorando o episódio da falta de oxigênio em Manaus e escondendo a primeira imunizada.

"Outros assuntos sequer foram pautados, como as incompetências administrativas de ministérios chefiados por militares; o desmatamento da Amazônia; o negacionismo científico sobre a Covid-19; além de ausência de cobertura humanizada, com histórias de perdas familiares relacionadas à pandemia e demandas de movimentos sociais. Em alguns poucos casos, a insistência do profissional com a pauta rende uma matéria sobre esses temas, desde que não contenha críticas ao governo", afirmam.

A carta ainda denuncia a tentativa de privatização da EBC pelo governo.

CONFIRA AQUI NOTA NA ÍNTEGRA, NO SITE DA FENAJ

Com informações da Fenaj e da Folha de S. Paulo