Comissão que avalia Enem sugere alterar termo "ditadura" por "regime militar"

A comissão sugeriu ainda "não utilizar" 66 questões do Banco Nacional de Itens por apresentarem "leitura direcionada da história", "leitura direcionada do contexto geopolítico", e "polêmica desnecessária"

Foto: Divulgação
Escrito en POLÍTICA el

Comissão criada em 2019 pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) para avaliar o conteúdo das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sugeriu "não utilizar" 66 questões do Banco Nacional de Itens (BNI) por apresentarem "leitura direcionada da história", "leitura direcionada do contexto geopolítico", e "polêmica desnecessária". Em um dos itens, foi sugerido alterar o termo "ditadura" por "regime militar".

O parecer da comissão foi enviado pelo Ministério da Educação (MEC) à Câmara dos Deputados a partir de uma requisição feita por oito parlamentares. O documento foi obtido pelo jornal O Globo e confirmado pelo G1.

Durante uma live, no final de 2019, Bolsonaro negou que tenha existido ditadura militar no Brasil ao comentar sobre as provas do ENEM daquele ano. O exame foi criticado por excluir a temática do golpe de 1964 pela primeira vez desde a criação da prova. Além disso, Bolsonaro afirmou que chamá-lo de homofóbico, racista ou misógino é fake news.

“A imprensa falou ‘não houve questão sobre ditadura’. Bem, parabéns, imprensa, nunca teve ditadura no Brasil. Que ditadura foi essa? Sem querer polemizar, onde você tinha direito de ir e vir, você tinha liberdade de expressão, você votava… Não vou entrar em detalhe, não vou polemizar. Querem chamar de ditadura, pode continuar chamando, sem problema nenhum”, afirmou.

Antes disso, em 2018, ele criticou uma questão de linguagens do Enem que falava sobre o pajubá, um conjunto de expressões associadas aos gays e travestis e disse que iria "tomar conhecimento da prova antes".

Com informações do G1