A deputada estadual Isa Penna (PSOL) denunciou nas redes sociais, nesta quarta-feira (10), o "show de horrores" que marcou o debate na Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) sobre o assédio sexual que sofreu por parte do deputado Fernando Cury (Cidadania).
"Depois de permitirem a participação do Alex Madureira, cúmplice do assédio, agora querem proibir a Erica Malunguinho de participar do Conselho de Ética", escreveu Penna no Twitter.
O comentário da deputada se refere a um pedido feito pelo deputado de Cury, Roberto Delmanto Jr., pela suspeição de Malunguinho do Conselho de Ética. Segundo ele, a parlamentar não poderia participar da deliberação por já ter se posicionado nas redes sociais contra o assediador.
"Peço a suspeição de Erica Malunguinho pelo fato de ter se manifestado publicamente defendendo o imediato recebimento dessa acusação antes de ouvir a defesa", disse o advogado.
"Essa defesa fica constrangida, cerceada, de falar a um membro dessa comissão que já se decidiu publicamente", completou. O mesmo pedido foi feito em relação aos deputados Carlos Giannazi e Monica Seixas.
Delmanto também afirmou durante o debate que membros da Comissão devem se atentar à "história do deputado" antes de avaliar o caso, porque, segundo ele, Cury sempre respeitou mulheres. "Sua chefe de gabinete é uma mulher", argumentou.
O advogado pediu ainda que parlamentares avaliem o "aspecto subjetivo" do caso "para melhor entender a defesa". "Uma pessoa não é só um ato, é sua história de vida", afirmou.
Em resposta, a deputada Erica Malunguinho afirmou que seus posicionamentos públicos não impedem o debate, já que ela não é relatora do caso na Comissão.
A deputada então sugeriu a suspeição do deputado Alex de Madureira (PSD) e Olim (PP), que também se posicionaram publicamente em defesa de Cury ou contra Isa Penna.
"Me tirar desse lugar e deslegitimar a decisão da Assembleia Legislativa, que por meio de um voto em plenário me colocou na cadeira do Conselho de Ética, contando com a nossa lisura e independência nos julgamentos", completou Malunguinho.
Confira: