A Coalizão Direitos Valem Mais, articulação que reúne mais de 200 entidades, vai ingressar, nesta quinta-feira (9), na Câmara dos Deputados com um pedido de impeachment do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Na denúncia popular, a Coalizão acusa o ministro de Jair Bolsonaro de crime de responsabilidade durante a gestão da pandemia da Covid-19.
O principal ponto da acusação é que Guedes não destinou recursos para o enfrentamento da Covid-19 na proposta do orçamento de 2021 encaminhada ao Congresso Nacional. Até o momento, o país contabiliza a triste marca de mais de 616 mil mortes pelo coronavírus.
Além disso, após quase três anos da gestão de Guedes no ministério, a economia do país registra números desastrosos. A fome é uma realidade para 19 milhões de brasileiros, que passam mais de 24 horas sem comer.
O índice de desemprego também disparou em 2021: saiu de 10 milhões em maio de 2020, que já era muito alto, para 14,4 milhões no segundo trimestre deste ano. No terceiro trimestre, a economia do país encolheu ainda mais, registrando PIB negativo.
Assinam o documento, em nome da Coalizão e da articulação Plataforma Dhesca Brasil, 13 entidades da sociedade civil, além de quatro partidos políticos. Eles solicitam intimação da Procuradoria-Geral da República (PGR) para ciência e manifestação quanto à proposta de representação e abertura de inquérito de apuração por crime de responsabilidade contra o ministro. Veja aqui a nota técnica do pedido.
Em outubro, a Coalizão Direitos Valem Mais e a Plataforma Dhesca apresentaram o pedido de impeachment do ministro ao Supremo Tribunal Federal (STF), que foi protocolado como documento-subsídio na CPI do Genocídio.
Coalizão Direitos Valem Mais foi criada em 2018 e defende uma nova economia
Criada em 2018, a Coalizão é fruto de esforço intersetorial, que defende uma nova economia comprometida com os direitos humanos, com a sustentabilidade socioambiental e com a superação das profundas desigualdades do país.
Atualmente, reúne mais de 200 associações e consórcios de gestores públicos; organizações, fóruns, redes, plataformas da sociedade civil; conselhos nacionais de direitos; entidades sindicais; associações de juristas e economistas e instituições de pesquisa acadêmica. www.direitosvalemmais.org.br.