O presidente da SaferNet, organização com atuação na luta pelos Direitos Humanos, Thiago Tavares, revelou nesta segunda-feira (6), a partir de uma carta, que está em exílio voluntário na Alemanha após sofrer ameaças de morte.
De acordo com Tavares, as ameaças tiveram início após a sua participação em um evento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que discutiu campanhas de ódio e desinformação.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, a carta foi destinada a funcionários e instituições parceira.
No documento, Thiago Tavares afirma que está em "grave e iminente risco" e que tem recebido ameaças por conta de seu trabalho.
Ódio e desinformação
O evento no qual Thiago Tavares participou, ocorreu no dia 26 de outubro - 2º Seminário Internacional do TSE -, na ocasião campanhas de ódio e desinformação foram motivos de discussões.
Na ocasião, Tavares abordou temas como interferência eleitoral, neonazismo e ideologia supremacista branca no Brasil.
"O exílio voluntário é um direito fundamental reconhecido internacionalmente e garantido a alguns indivíduos que, sentindo-se ameaçados ou vítimas de perseguição política, racial ou religiosa, podem buscar exílio por iniciativa própria em outro país", diz Tavares na carta.
Sequestro e LGBTfobia
Além das ameaças diretas, Tavares relata que, no dia 22 de novembro, um funcionário da SaferNet Brasil foi vítima de um sequestro relâmpago na cidade de Salvador (BA), região onde fica a sede do grupo.
Segundo o relato, o funcionário foi sequestrado por quatro criminosos armados, que roubaram o celular e o laptop. O crime também, segundo a denúncia, teve caráter LGBTfóbico. No momento do sequestro, Tavares estava a 800 metros do local.
Dessa maneira, Thiago Tavares vai ficar fora do país até que "as circunstâncias dos fatos sejam totalmente esclarecidas".
A Polícia Federal e o Ministério Público já foram notificados sobre o caso.
O nome de Thiago Tavares se soma ao do ex-deputado Jean Wyllys (PT), da filósofa Márcia Tiburi e da antropóloga Débora Diniz, todos em exílio voluntário pelos mesmos motivos.
Com informações da Folha de S. Paulo