O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que votou em Jair Bolsonaro (PL) em 2018, agora se coloca como um dos pré-candidatos à Presidência da República. Em entrevista ao Metrópoles, o parlamentar afirma que tem aberto sua agenda para conversar com quase todos os candidatos da "terceira via", com exceção de um: Ciro Gomes (PDT).
Segundo o senador, mesmo diante do impasse em ver Lula (PT) e Bolsonaro no segundo turno, não tomará a mesma atitude covarde de Ciro em 2018. "Não vou fugir para Paris. Não é conduta adequada para quem que liderar alguma coisa", garante.
Apesar das pesquisas indicarem polarização entre Lula e Bolsonaro - com o petista liderando em todas - Vieira ainda tem esperanças em colocar alguém da chamada "terceira via" no segundo turno. "Acho que a gente vai conseguir colocar um outro nome nesse segundo turno para proporcionar ao Brasil uma esperança de futuro. Entre Bolsonaro e Lula, não há representação de futuro", diz.
Sobre a sua candidatura, afirma que o objetivo para se destacar é simples: colocar no papel e estruturar um projeto de governo que seja de reconstrução do Brasil. "Não dá para querer vender uma imagem falsa de salvador da Pátria. Esse filme já se repetiu. Tivemos o 'Caçador de Marajás', agora temos o 'Mito'. Não funcionou", opina.
De acordo com ele, Ciro tem tentado se colocar como o "único nome com soluções para o País". "Dentre os candidatos da terceira via, é o que tem as ideias mais particulares. Ele está indo para sua quarta campanha à Presidência da República. E tem um perfil muito específico. Essa coisa de entender que é o único nome com as soluções para o Brasil. E como disse, a gente já testou isso", afirma o senador.
Disponibilidade de abrir mão da cabeça de chapa
Para garantir que suas ideias estejam em uma chapa vencedora, Vieira diz que teria disponibilidade de abrir mão da disputa pela Presidência, mas que ainda não há uma decisão sobre quem apoiaria. Recentemente, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, deu declarações de que seria mais provável a sigla estar com o PSDB do que com Sergio Moro (Podemos).
"O partido está bastante fragmentado. Neste momento, o único consenso que nós tivemos foi a unanimidade na executiva nacional do Cidadania da definição de candidatura própria. Caso não se sustente ao longo dos meses, você vai ter que ter um novo debate. E um debate que tem que partir de projetos e ideias, e não apenas a discussão da soma de votos do candidato Alessandro com o candidato Moro ou quem quer que seja", pontua o senador.