Em artigo em site especializado em assuntos militares, o general da reserva Carlos Alberto Pinto Silva, ex-comandante militar do sul, cita o historiador britânico Arnold Toynbee, admirador de Adolf Hitler, para sugerir uma estratégia para "atacar o “calcanhar de Aquiles”, isto é, os pontos vulneráveis da esquerda brasileira" e cooptar "lideranças sociais, empresariais, comerciais, das associações de classe e do agronegócio" em torno da ultradireita bolsonarista.
"Atacar o 'calcanhar de Aquiles', isto é, os pontos vulneráveis da esquerda brasileira, se possível reduzir a um ponto, para manter o foco e poder concentrar as ações em função das necessidades para atingir os objetivos da luta política, em um momento vivido; é razão para o sucesso", diz o militar, que é apoiador de Jair Bolsonaro (PSL).
Pinto Silva alerta que "a técnica hostil aterrorizando o público-alvo não funciona, portanto não deve ser utilizada", em referência ao terrorismo propalado pela ultradireita e prega a difusão de "valores, por meio de lideranças mais abastadas, para "despertar nas pessoas um senso de orgulho de ser brasileiro, de pertencer a um grupo, de ter uma família, de filosofia de vida, de padrão de caminhos a seguir".
"A ideia consiste em usar técnicas de disseminação da informação para moldar o "cérebro coletivo" do grosso da população, não as lideranças, e objetiva influenciá-la, indiretamente, a se manifestar e participar da luta política para vencer a esquerda em vez de baixar a cabeça e permanecer na passividade", escreve, ressaltando que "as minorias pensantes [3] é que são capazes de opor às ideias do político outras, suas, que representam as tendências e desejos das massas".
"O objetivo é vender uma ideia"
Segundo o militar, "o objetivo é vender uma ideia, devendo começar pelas ideias mais simples, para que o grupo social se sinta confiante". Na sequência, ele cita uma das teses de Toynbee - a Teoria do Desafio e da Resposta.
"Coloca o destino dos povos nas mãos de suas lideranças. Obstáculos diversos são desafios que se antepõem ao processo de afirmação das nações. Ou estas superam esses desafios e se afirmam, ou não os superam, e são condenadas à estagnação e à desagregação", cita o militar.
Em visita a Berlim em 1936 para uma palestra na Sociedade de Direito Nazista, Toynbee foi convidado para uma entrevista privada com Adolf Hitler.
Na conversa, o nazista citou a ideia de construir uma grande nação alemã. Toynbee aderiu às ideias e endossou a mensagem de Hitler em um memorando confidencial ao primeiro-ministro britânico e ao secretário do exterior.
Em seu artigo, Pinto Silva diz que o "grande desafio" é "como conseguir o apoio e comprometimento das lideranças sociais, empresariais, comerciais, das associações de classe e do agronegócio".
"O importante desafio? É que cada membro da sociedade brasileira deva saber onde se encaixa naluta para a conquista do poder político, para a defesa da democracia, e da sociedade com um todo, e participe do enfrentamento político para que no futuro não tenhamos a 'Ditadura do Proletariado' ou 'Sociedade Regulada'”, afirma.